quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

‘Cadernos de Memórias Coloniais’, de Isabela Figueiredo

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Correio da Manhã
 
26 Novembro 2009 - 00h30

Opinião

Blog

Ontem recomendei ‘Cadernos de Memórias Coloniais’, de Isabela Figueiredo (edição Angelus Novus) – mas o assunto merece mais destaque: é uma autobiografia sobre a despedida de África e a memória de Moçambique.
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Sem cedências, sem perdão, sem conforto: tudo a nu, da cor da pele até ao horror que as despedidas no Índico provocam em alguém que enfrenta a velha Metrópole que já fora colonial e hoje é pós-colonial. Ainda não estabelecemos, com justiça, o verdadeiro papel dos retornados e dos antigos colonos de África na democratização real de Portugal. Na verdade, eles mudaram Portugal. Isabela Figueiredo, neste livro, fornece uma das imagens possíveis, explosiva, comovente, em chamas. É bom ver que, finalmente, se pode falar livremente sobre África.
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Francisco José Viegas, escritor
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3 comentários:

Surfing in Luanda disse...

Boa noite, sugiro a leitura de uma recensão deste livro, em http://ma-schamba.com/roupa-velha/no-sofa-com-a-filha-do-electricista-da-matola/

Atenciosamente

Victor Nogueira disse...

Grato pela sugestão. Li a recensão, não li nem tenciono ler o livro. Estou na terra de ninguém e sobre isso escrevi vários textos nos meus blogs e um poema: Raízes! Não tenho fantasmas nem preciso de fazer exorcismos.
Abraço
Victor Nogueira

Victor Nogueira disse...

Em tempo - Sobre Angola acabei de ler dois livros
1) História de Angola, de Wheller Douglas e Pélissier, René, Edição Tinta da China, Lisboa, 2009
2)A Purga de Angola - o 27 de Maio de 1977, de Mateus, Dalila Cabrita e Mateus, Álvaro, Texto Editora, Lisboa, 2009.
Considero o primeiro um trabalho sério, que me permitiu enquadrar muitos acontecimentos recentes, já que os anteriores a 1974 eram do meu conhecimento como estudioso. Quanto ao 2º, vale o que vale, sendo pouco para quem se pretende investigadora social com galões. Trata-se duma visão a meu ver parcelar da realidade mas que explica o rumo que Angola tomou!
E «prontus», aqui fica em retribuição o meu contributo.
Victor Nogueira