terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Sobre a Família


* Victor Nogueira

A Família

Perguntas para 20 pessoas:

1. Acha que o casamento é possível hoje em dia? Se sim, porquê?

O casamento tradicional está em mutação. A esperança de vida aumentou, a mulher ganhou em muitos casos autonomia económica e consciência individual, as uniões já não são para a vida inteira, por razões várias. No meu entender o termo casamento aplica-se apenas à união de 2 pessoas de sexos diferentes, Outro tipo de uniões, que não discuto, correspondem a realidades diferentes e devem ter uma designação diferente.

2. Quantos filhos tem ou gostaria de ter?

Dois. Não pretendo ter mais.

3. Acredita no amor para sempre? Porquê?

Não. Pelo que disse em 1., porque a sociedade está cada vez , mais desorganizada, pk assim interessa aos detentores dos meios de produção ou do dinheiro, impondo aos trabalhadores/as horários diferenciados e flexíveis, variáveis na sua duração diária ou semanal, com longos e desgastantes gastos de tempo casa/trabalho e vive-versa, para além da instabilidade de emprego ou do vínculo contratual. E pela negação da solidariedade e das funções sociais do Estado, que o neoliberalismo impõe.

4. Acha possível um casamento homosexual com adopção de crianças? Justifique.

É um assunto que merece ponderação. Mas um dos argumentos que é o do possível ou previsível «desvio» da orientação sexual da criança tb se verifica nos casais heterosexuais. E tb teria de equacionar-se a necessidade ou não das referências paterna e materna (masculino-feminino) e dos papéis de cada um dos pais como modelo ou contra-modelo

5. O que significa, para si, família?

Este é um conceito variável no tempo e no espaço, desde as famílias matrilineares das sociedades matriarcais às patrilineares das sociedades patriarcais, das famílias extensas ou nucleares, das monogâmicas ou poligâmicas (masculinas ou femininas). Depois há as famílias monoparentais e aquelas que eu chamaria «pluri-parentais». Esta como outras questões anteriores têm pano para mangas e árduas discussões ou debates

6. Considera boa a relação que mantém com a sua família?

Não. Considero que só teoricamente tenho uma família, cada vez mais reduzida

7. Com que idade acha uma pessoa preparada para assumir uma vida familiar própria?

Isso depende do grau de maturidade psicológica e sobretudo de autonomia económica. Juntar os trapos pensando que os pais têm obrigação e o dever de ajudar os filhos enquanto estes têm a liberdade de nada ajudarem é deveras questionável.

8.Até que ponto os seus familiares mais velhos devem interferir na sua vida própria e núcleo familiar?

Se para tal forem solicitados.

9. Sabendo, no tempo de gravidez, que o seu filho(a) tinha grandes probablidades de nascer deficiente nalgum aspecto, o que faria?

Naturalmente que dependeria do grau e tipo de deficiência. Se não houver probabilidade de ser auto-suficiente, com toda a carga sobre os pais ou familiares, a IVG é admissível.

10. Que opinião tem sobre o aborto?

No caso dum casal a decisão não deve depender exclusivamente da mãe. Nestas linhas nada mais tenho a dizer

11. O que ajudaria a desenvolver a natalidade do nosso país?

Desenvolvimento económico produtivo, maior igualdade na distribuição dos rendimentos, um maior papel social do Estado e favorecer a imigração e a distribuição demográfica por todo o país. Mas o que é necessário é modificar a irracional e predadora forma de organização socio-económica individualista e tentacular que é o capitalismo

12. Acha suficiente o apoio, em relação ao meio de contracepção, que o Estado dispõe à população?

Claro que não. Dá uns tostões e desagrega as famílias, como acima disse, facilitando o desemprego e favorecendo a precariedade e a imprevisibilidade da duração dos contratos ou vínculos laborais com o aumento do desemprego, do subemprego ou do duplo e triplo emprego

13. Acha o país preparado para receber um ser tão indefeso e tão importante que é o seu filho (a), por exemplo, em termos de educação e saúde, desde o seu primeiro momento até ao último?

A resposta é complicada. Cumprisse o Estado e garantisse o que estipulava a Constituição de 1976 …

14. Quais os momentos que prefere serem passados em família?

Não percebo a pergunta, Mas diria que não há momentos próprios ou tabelados. Mas é cada vez mais difícil juntar a família pelo que atrás foi escrito. E depois, com sucessivos casamentos e filhos de pais diferentes, que resta da família? De que família temos estado a falar?

Idade: 62

Estado civil: Divorciado

Profissão: Sociólogo

Situação Profissional: Aguardando a reforma, por decisão da Junta Médica da CGA

2008.02.04


1. - Assunto: Peço um favôr

Olá.

A minha filha tem que entregar na próxima 6ª feira de manhã um trabalho sobre a "Família", de que faz parte o questionário em anexo.

Fico muito grata se puderes e quiseres responder e reenviar o mais cedo possível, de modo a ela ter tempo para processar as respostas.

O questionário é confidencial (juro que não lerei as respostas), apenas deverá referir a idade, estado civil, profissão e situação profissional (empregado/desempregado).

Muito obrigada e abreijos

C.

2. -

Olá, bom dia!

Obrigadíssima!
Tenho saudades dos teus poemas...

Beijokas
C.


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